quarta-feira, 13 de outubro de 2010

LEMBRE-SE DAS COISAS BOAS



Uma das maneiras pelas quais as nações procuram preservar momentos históricos significativos é através dos memoriais. Na cidade de Hiroshima, no Japão, há o esqueleto de um edifício que restou da explosão da 1ª bomba atômica que os Estados Unidos lançaram sobre aquela cidade, no final da 2ª guerra mundial. Naquele local, todos os anos, há uma cerimônia lembrando a destruição daquela cidade e os milhares de japoneses que morreram na ocasião. Em Berlim, na Alemanha, houve um muro separando a cidade, por muitos anos, chamado o Muro da Vergonha. Ele foi derrubado, mas um monumento ficou como lembrança desse momento da história daquele país - a grande edificação que servia de portão entre as duas cidades. Em Israel há um memorial chamado Museu do Holocausto onde o visitante vê as provas da maior tragédia daquele povo, o extermínio de 6 milhões de judeus pelos alemães na 2ª guerra mundial. Com certeza cada país tem seus memoriais que lembram momentos importantes da sua história. O que chama a atenção é que geralmente são memoriais que lembram tragédia e dor. Poucos são os memoriais que lembram coisas boas.
 Essa atitude é uma tendência natural do ser humano. Nós lembramos com muito mais facilidade as coisas ruins que nos aconteceram do que as coisas boas.  E o pior é que tais lembranças lançam sombras sobre o futuro trazendo desânimo ao coração das pessoas. Nessas horas elas são tentadas a pensar: Deus me esqueceu. Por outro lado, quantos guardam, por anos a fio, ressentimentos e mágoas contra alguém que os machucou. Chegam a dizer: eu perdôo, mas não esqueço. E assim, ficam alimentando o seu coração com um sentimento que os abate emocional e espiritualmente.
 Deus nos chama a mudar de atitude. Todos os memoriais que Deus mandou que Israel erguesse foram para lembrar a sua ação poderosa a favor do seu povo. A Páscoa, por exemplo, é um grande memorial. Para nós, cristãos, a Ceia do Senhor é o maior memorial, pois nos lembra a morte e a ressurreição de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. A ressurreição de Jesus só ocorreu porque ele morreu. A morte foi algo ruim que gerou uma coisa boa – a vida eterna para nós.
 O profeta Jeremias nos traz uma preciosa lição. Ele chora as desgraças que aconteceram ao seu povo e a ele, com a invasão dos babilônios a Judá e o povo sendo levado cativo para a Babilônia, dizendo: “Lembro-me da minha aflição e do meu delírio, da minha amargura e do meu pesar. Lembro-me bem disso tudo, e a minha alma desfalece dentro de mim”. Mas chega um momento em que ele para, enxuga as lágrimas e declara: “Todavia, lembro-me do que me pode dar esperança: graças ao grande amor do Senhor é que não somos consumidos, pois as suas misericórdias são inesgotáveis. Renovam-se cada manhã; grande é a sua fidelidade! Digo a mim mesmo: a minha porção é o Senhor; portanto, nele porei a minha esperança. O Senhor é bom para com aqueles cuja esperança está nele, para com aqueles que o buscam” (Lamentações de Jeremias 3:19-25).
 Por que ficar lembrando coisas ruins que aconteceram conosco ou que as pessoas nos fizeram? Ou das coisas ruins que nós fizemos, das quais já nos arrependemos e pedimos perdão a Deus? Ele já perdoou e lançou no mais profundo abismo, e deles não se lembra mais nem nos lança em rosto.
Vamos trazer à memória as coisas boas que Deus nos fez, bem como as coisas boas que os outros nos fizeram. Vamos trazer à memória aquilo que nos pode dar esperança – o amor, a misericórdia e a fidelidade de Deus. E estas mesmas atitudes de Deus para conosco devemos ter para com o nosso próximo seja ele quem for. Lembremos o que José afirmou para seus irmãos após a morte de Jacó no Egito: “Vocês planejaram o mal contra mim, mas Deus o tornou em bem” (Gênesis 50:20). Que assim seja!
No amor de Jesus,
Pr. Tomaz Munguba










 

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